em cuecas em cima da cama alentejana. depois acendo uma vela. dizem que atenua o cheiro do cigarro. a janela está aberta. a luz do candeeiro também. o caruncho insiste em roer o tecto de madeira de manhã à noite, desde a noite até de manhã. é noite. por volta das duas da manhã (embora seja de noite). os cães latem ao longe. também estes alentejanos. depois de reparar nisto tudo, escrevi isto tudo. antes de estar em cuecas em cima da cama alentejana, fui beber uns copos, petisquei, mergulhei, traduzi, vi um recém-nascido, conversei com a sua irmã de cinco aninhos e acordei. antes de acordar, dormi. Agora: vou parar de escrever (talvez), fumar um cigarro de outro fim de outra noite (embora alentejana), e vou-me deitar. dormirei. mas antes, ainda, enquanto fumo o cigarro, leio o poema ao lado[1]. esquerdo.
06-2003
[1] Leia-se «abaixo».
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