7 de julho de 2009

«Não entra ninguém na Antígona
 por via do espectáculo e da falsificação da vida.»
Fundada em Junho de 1979, a editora Antígona iniciou a sua actividade com a publicação do livro Declaração de Guerra às Forças Armadas e Outros Aparelhos Repressivos do Estado. Esta obra emblemática anunciava já o programa editorial que se tem vindo a concretizar, sem desvios, ao longo de 30 anos. Hoje, com cerca de 200 títulos, a Antígona mantém a sua paixão inicial pelos textos subversivos, e vai continuar, ainda por muito tempo, a empurrar as palavras contra a ordem dominante do mundo. Com um capital social de «enquanto existir dinheiro, nunca haverá bastante para todos», esta editora tem sobrevivido a todas as crises, adaptando o seu capital variável a cada momento. Refractária, resiste à acção do fogo, sem mudar de direcção. No plano da edição, foi pioneira na forma como valorizou o trabalho do tradutor, dando-lhe força de autor ao colocar o seu nome na capa dos livros, um exemplo que não tem sido seguido por outras editoras. Dos autores publicados, cerca de 150, a maioria era desconhecida do público português, dos quais destacamos: Laurence Sterne, Max Aub, Eudora Welty, Anselm Jappe, Lewis Mumford, Albert Cossery, Bartolomé de Las Casas, La Boétie, Zamiatine, Gabrielle Wittkop, Heinrich Eduard Jacob, Fonollosa, Jean Meslier, Herder, Karl Kraus, Max Stirner, Gómez de la Serna, Robert Bringhurst, Robert Michaels, Sharon Olds, Stig Dagerman, Uzodinma Iweala, Hubert Selby Jr., etc. E assim conseguimos conquistar uma minoria absoluta, que nos sustentou nos 30 anos que agora celebramos festivamente.
Luís Oliveira

5 comentários:

Iacobus disse...

Parabéns aos Editores Refractários! :)

Lugones disse...

Parabéns a uma grande editora!
Desses livros que são mencionados, destaco o do Hubert Selby Jr, "Last Exit to Brooklyn". Foi a única coisa que li dele, e é um grande livro. Deviam tentar traduzir o resto da sua obra.

Iacobus disse...

Já estive com esse livro nas mãos várias vezes. Mais um na fila de espera para ser lido!

E. A. disse...

Ah! Eu destaco o grande Max Aub, que tanto me fez rir e divertir na minha adolescência. E os meus amigos representávamos estafadamente os seus textos! :D

Iacobus disse...

Ah, tb quero destacar! eheh
O promissor Jean Meslier, de que já tenho referências, mas que ainda aguarda ali ansiosamente na prateleira para ser lido, e o interessantíssimo Zamiatine, que inspirou o Orwell e o Huxley :)

E lá vem o Almada dizer de novo: «Entrei numa livraria. Pus-me a contar os livros que há para ler e os anos que terei de vida. Não chegam, não duro nem para metade da livraria.» (A Invenção do Dia Claro) Damn...