― Ouve, amigo, não tenho nada contra corvos, mas vê se entendes, não posso andar por aí o dia todo contigo... O que dirão os outros?...
― Então, então, Corto, és mesmo tu quem fala assim? Croack... croack... Que importa o que dizem os outros? Croack... croack...
Corto Maltese, Sonho de Uma Manhã de Meados de Inverno, As Célticas, Hugo Pratt
. . .
[...] segundo a lenda, Merlim foi encerrado por Viviana nas profundezas da floresta da Brocelândia: de vez em quando, Viviana permite-lhe sair para acudir os filhos dos celtas oprimidos e em perigo. Sim, algures, na misteriosa ilha de Avalon, o rei Artur jaz adormecido, velado pela sua irmã, a fada Morgana: um dia despertará para reunir o que resta dos celtas em todo o mundo, a fim de reconstruir o grande reino com que sonhara, reino de justiça, de fraternidade, de liberdade, reino que não existe mas que há-de vir. E Corto Maltese não é outro senão o profeta anunciador de Merlim e de Artur.
Do Prefácio de Jean Markale a Corto Maltese, As Céltica, de Hugo Pratt